quarta-feira, 21 de março de 2012

A origem da saúde pública brasileira

A origem da saúde pública brasileira

No início, "não havia nada" considerando-se o que poderia ter sido feito. A saúde no Brasil praticamente não existiu nos tempos de colônia. O modelo exploratório nem pensava nessas coisas. O pajé, com suas ervas e cantos, a medicina dos jesuítas e os boticários, que viajavam pelo Brasil Colônia, eram as únicas formas de assistência à saúde. Para se ter uma ideia, em 1789, haviam, no Rio de Janeiro, apenas quatro médicos.

Além das enfermarias de cuidados dos jesuítas, as únicas instituições que podemos destacar no vazio assistencial desse período é a criação das Santas Casas de Misericórdia. É controversa a data de criação da primeira Santa Casa no Brasil. Para alguns autores teria sido a do porto de Santos fundada por Brás Cubas em 1543; para outros teria sido a da Bahia ou de Olinda.

Entre as descrições das patologias e medicamentos utilizados no Brasil Colônia destacam-se as contribuições do médico naturalista Guilherme Piso, que participou, como médico, de uma expedição nos anos 1637 - 1644 para o Brasil, com patrocínio do conde Maurício de Nassau que administrou a conquista holandesa do nordeste do país entre 1637 e 1644. Observa-se a continuidade da catalogação de espécies de uso medicinal, já iniciada pelos jesuítas e outros viajantes, comparando o uso das espécies nativas às já conhecidas na farmacopeia europeia.

Com a chegada da família real portuguesa, em 1808, as necessidades da corte forçaram a criação das duas primeiras escolas de medicina do país: o Colégio Médico-Cirúrgico no Real Hospital Militar da Cidade de Salvador e a Escola de Cirurgia do Rio de Janeiro. E foram essas as únicas medidas governamentais até a República.

Foi no primeiro governo de Rodrigues Alves que houve a primeira medida sanitarista no país. O Rio de Janeiro não tinha nenhum saneamento básico e, assim, várias doenças graves como varíola, malária, febre amarela e até a peste bulbônica que espalhavam-se facilmente. O presidente então nomeou o médico Oswaldo Cruz para "dar um jeito" no problema. Numa ação policialesca, o sanitarista convocou 1.500 pessoas para ações que invadiam as casas, queimavam roupas e colchões. Sem nenhum tipo de ação educativa, a população foi ficando cada vez mais indignada. E o auge do conflito foi a instituição de uma vacinação anti-varíola. A população saiu às ruas e iniciou a Revolta da Vacina. Oswaldo Cruz acabou afastado.

Por causa disso, a saúde publica, na atualidade, é assim complicada, precária e vergonhosa.

Nós brasileiros devemos buscar os nossos direitos e também devemos exigir que o governo o cumpra. Devemos mudar a política brasileira, o modo de organização da saúde pública no Brasil para que o país "vá para frente".